terça-feira, 5 de abril de 2022

A tempestade passa!

 

As imagens podem ter direitos autorais.


Meu Deus! Há quanto tempo eu não passava por aqui pra escrever (reclamar, comentar, falar ou afins). A última vez foi em outubro do ano passado e uma coisa eu posso apontar, o tempo passa muito rápido, credo.

Vamos ao que interessa.

Essa semana, tive mais uma sessão com o Pedro (meu psicólogo) e comentei com ele que me sentia bem como há muito não me sentia. Que me sentir colorida, capaz de me olhar no espelho  e que eu, finalmente, comecei a me reconhecer. Acho que pela primeira vez em anos.

A sensação era que eu tinha um nuvem, igualzinha a da foto, em cima da minha cabeça, comigo, ali, durante 24 horas do dia. Pesada ela, nossa. Porém, hoje, a sensação que eu tenho é que esse nuvem continua por aqui (tcharam) num tamanho muito menor e sem grandes tempestades, talvez num tamanho e localização suficientes apenas para fazer uma sombra mais confortável.

Significa que eu estou 100% no meu melhor? Óbvio que não. E nem quero estar. 100% é perfeição, e perfeição não existe ou se existir é meio que inalcançável. Entendi que o bem feito é diferente do perfeito e tenho trabalhado muito pra deixar feito e quando possível bem feito. Afinal, quem faz mal feito faz duas vezes, e fazer uma já tá complicado, imagina ter que fazer duas?!?

Ainda preciso trabalhar em muitas outras coisas, eu sei. Como eu também sei que conseguir enxergar a evolução, me questionar, entender meu lugar e o que me pertence e o que não me pertence e o mais importante de tudo, não pegar o que de fato não me pertence pra mim. Tem sido uma  jornada cansativa mas ao invés de desistir, estou aprendendo a descansa, a dançar na chuva e a caminhar no ritmo que me é possível. Sabendo que a tempestade passa.

Beijo da gorda!

XOXOXOXO

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Autossabotagem!




Pela definição do Dicionário Online de Português, autossabotagem é uma substantivo femino com a seguinte definição: Processo de sabotagem que alguém faz a si mesmo, falando especialmente das ações que uma pessoa faz e que acabam por prejudicá-la de alguma forma, essas ações geralmente são inconscientes.

Quando chega no ponto que você tem consciência da sua autossabotagem mas não consegue evitar, a sensação não é das melhores. E o interessante é que o esforço é o mesmo seja pra me autossabotar ou para trabalhar em prol do resultado desejado.
Geralmente as crises, se é que posso chamar de crise, vem logo após resultados positivos, sensações de dever cumprido, reconhecimento pessoal e afins. 

O dia seguinte é que são elas. A sensação de angústia, não merecimento, o "acorda" bons sentimentos e coisas não são pra você! Como diz o Pedro, a satisfação na insatisfação é grande. Tenho trabalhado diariamente para mudar essa programação mas em alguns dias, o cinza toma conta e um buraco se abre no peito. Mesmo sabendo que correr contra o vento, com o buraco no peito faz um barulhinho que pode até ser legal, a sensação de sucumbir é forte. O ciclo vicioso é confortável e eu quero e preciso muito do desconforto para mudar. Reza a lenda que quando estamos desconfortáveis mudamos.  Eu quero muito enxergar essa mudança para melhor mas só percebo o retrocesso.

Como desprogramar minha mente nisso? É uma pergunta que me faço diariamente e queria que fosse fácil como o tal dos 21 dias para ter um novo hábito. São anos tentando e ainda não foi. Tá indo? Espero que sim, já entendi que é um dia de cada vez. Pra tudo. 

E vamos que vamos! 

Um passo de cada vez!

Um dia, mesmo que cinza, de cada vez! Caminhando, respirando e tentando não pirar!

Para o alto e avante o/



sexta-feira, 9 de julho de 2021

A calça flare que não cabia

 


Toda mulher sabe como é ruim não caber, entrar ou fechar uma roupa. Uma calça jeans então, é pior ainda. Bom pelo o menos pra mim.

Depois de muitos anos em um ramo empregatício no qual uniformes me eram fornecidos, hoje, eu trabalho num lugar onde uniforme não é obrigatório, apesar de eu já estar montando uns pra mim, porque eu não sou daquelas que se preocupa muito com roupa, gosto de sapatos mas voltemos. Ah além de tudo ainda fui vacina contra o COVID-19 (VIVA O SUS).

Além da licença poética de engordar, surtar, chorar, sair e voltar de muitos lugares nessa pandemia, um lugar ainda não consigo sair em definitivo. Trabalhando para isso estamos mas tá osso. Enfim, voltemos pra calça flare.

Hoje, tenho dois pares de calça jeans, o que pra mim é o suficiente, tenho apenas duas pernas. E com isso, acabei "ganhando" uma calça. A tal da calça flare. Apesar da numeração estar correta, 46, sim uso manequim 46, às vezes 44, às vezes 48 mas é nessa média ai (todas as mulheres que chegaram até aqui me entendem). Ah, ganhei uma blusa também. E nem a calça e nem a blusa me serviam. Não pelo tamanho, apesar da calça ter ficado um pouco mais justa na cintura, nenhuma das duas peças me serviram.

Mas Nathalia, reza a lenda de que "De cavalo dado, não se olha os dentes". Realmente não se olha mas não era um cavalo, eram peças de roupa que não me serviam e ficariam ali paradas e acumuladas no armário. 

Falei com todas as letras, obrigada pelas peças mas não vou usar. Não servem. A blusa era feira e o modelo da calça nunca foi um modelo que eu gostei mas sempre usei, já que não pagava por elas. Hoje eu posso pagar por elas e quando pago, compro modelos, tamanhos, cores e cortes que me servem. 

Existiu um drama, óbvio, pela perda de poder mas eu também tive o meu poder. Eu não só posso, como mereço tê-lo. Afinal, é o meu corpo, a minha vida, meu gosto e minhas escolhas (ainda preciso afirmar isso pra mim, diariamente, pra sustentar mas tem dia que não é fácil).

É isso, estar, usar, ser e viver o que me cabe! O que eu quero, o que eu gosto e o que eu permitir.

Caber! Essa é a pedida.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

03 de Maio

 

miltonjung.com.br


Há 7 anos, 03 de maio se tornava um dia que eu, pra sempre, lembraria. Dia 03 de maio de 2014, um sábado de outono foi o dia que eu dei o último beijo naquela testa. Vó Santa (sim, minha avó materna se chamava Santa) havia descansado e nós também. Foi uma vida longeva, com seus altos e baixos, perregues, risadas e causos e quantos causos, fica pra outra hora. Nesse dia 03 de maio também descobri que é aniversário de uma pessoa importante na vida do meu bebê. Tato e Bibi, amo vocês. Parabéns Bibi, muitos anos de vida.

Hoje, dia 03 de maio de 2021 minha vó Gilica, Angélica o nome dela, mãe do meu pai, receberá sua última homenagem com a sua matéria entre nós. Que ela, também, descanse em paz. Minhas avós, de sangue, sempre tiveram algumas proximidades apesar de toda à distância e apesar de toda a diferença, pelo o que eu me lembro e me contam, se davam bem. Mulheres, de um jeito ou de outro sempre tentam, ou não, se ajudar. Acredito ou quero acreditar, que nesse caso, sim, elas se ajudavam/ram.

As relações que eu tinha com elas eram completamente diferentes, apesar da similaridade, sim eu sei, afinal vó santa morava comigo e desde que eu me lembro, foi assim. Já a vó gilica, morávamos em estados diferentes e a distância física acabou aumentando a distância afetiva mas ainda assim, minhas avós. Que estejam bem onde estiverem.

Sendo assim, nesse momento reflexivo, acho que consigo colocar em prática o que Pedro (meu psicólogo) sempre diz, escreva. Coloque pra fora e o que a imagem que eu achei, reflete muito bem. O barulho interno.

PQP! O meu e sim, egoísta nível blaster, o meu é muito alto (não posso falar dos/pelos outros) e eu nunca tinha reparado nele, sempre estive em lugares barulhentos, consciente ou não, mas sempre gostei do barulho, lugares silenciosos sempre me foram angustiantes. Talvez pelo fato so silêncio fazer com que o meu barulho se destacasse. E eu, sempre, tentando abafá-lo. Só que agora, eu não consigo mais e acho que nem quero mas lidar com ele, C-NHOR, tá tenso.

A pandemia chegou, montou morada e pelo andar da carrugem, não vai embora tão cedo e com isso tivemos que nos adaptar. Por causa dela, o desemprego chegou pra grande maioria, eu inclusive, mas apesar de desempregada eu não deixei de trabalhar, o que de certa forma é muito bom. Sendo assim, mais tempo em silêncio, comigo, eu tenho estado e com isso, esse barulho está ensurdecedor, no peito a angústia e a vontade de chorar não passam, os olhos vivem inchados, a vontade de virar um casulo é absurda e apesar disso, ainda escuto do Pedro: "Pra quem não quer fazer nada, você faz muita coisa."

Pior de tudo, que tenho que concordar. Comecei outra faculdade, sim agora estou, pelo o menos tentando, cursar dois cursos superiores ao mesmo tempo, EAD? Ead, mas ainda assim dois cursos superiores que de certa forma se complementam. Continuo trabalhando em hotel, sendo filha, namorada, amiga, mesmo assumindo que nenhum desses papéis tenho feito da melhor forma que posso mas tentando. E é basicamente isso, tentativas. A vida é feita delas.

Mas ai, você que chegou até aqui, deve estar pensado: "Tá Nathalia, mas o que tudo isso que você falou até aqui tem a ver com peso, balança e afins???"

Pior que engolir a comida, é engolir a comida por engolir o sentimento, o lugar de fala, o seu lugar. É tentar a perfeição, se exaurindo para chegar a tal mesmo sabendo que ela não existe. É estar disponível pra todo mundo menos pra si. Isso me faz pesada. Isso me faz sentir dor, física e emocional. Isso me fez entender que a leveza que eu busco não é estimada no peso de uma balança. Sim, quero e preciso emagrecer, por toda carga de saúde que o sobre peso afeta mas o peso que eu quero eliminar não é mensurado por quilos e gramas, apesar dele refletir na balança.

Lidar com as emoções não é fácil, entendê-las é pior ainda mas, necessário. Entender de onde vem a raiva, o grito, o medo, entender que assim como os aplicativos drenam a bateria do celular, as nossas emoções, as ruins principalmente, drenam a nossa energia. A minha já exauriu e assim, tô aqui, tentando aprender a lidar pra pelo o menos zerar a parada e começar a recarregar de forma positiva.

Magra, de fato, eu nunca serei, até porque quando eu fui, não me reconheci mas quero ser saudável e definitivamente, mais leve.

Vamo que vamo.

sábado, 9 de janeiro de 2021

E o ano novo chegou e o que será que ele trouxe?!?!?!?!?

 


Sábado, 09 de janeiro de 2021!

Já estamos no ano novo que agora já não é tão novo assim e fico me questionando, o que será que esse ano novo trará???

Temos aquela crendice de que quando o ano novo chega, nossa esperança, fé, sonhos, planos e tantas outras coisas são renovados (as) fazendo com que fique mais leve lidar com ele. Me pego pensando se a virada do ano é mágica e faz um reboot porque é essa sensação que dá.

A minha virada foi linda, estava dormindo. Trabalhei 3 plantões seguidos e estava exausta. Acordei com alguns fogos, virei pro outro lado da cama e continuei a dormir. E ainda assim foi ótimo. Fiz o que eu queria e o que eu precisava.

2021 é um ano que tem tudo pra ser um bom ano pra geral, até porque 2020 foi um ano Ó, então tá fácil superar mas é um ano também que, pelo o menos pra mim, será de muito trabalho. E não estou falando de trabalho de carteira não, é trabalho pessoal mesmo, emocional, espiritual e afins. E acho, inclusive, que será mais pesado que 2020, diga-se de passagem e não, não estou sendo pessimista e nem posso. 

2020 foi um ano em que eu me reencontrei, me aceitei (tá bom, ainda estou em processo mas já está bem melhor) e tenho me direcionado e aprendido, diariamente, quem eu sou.  E porque eu falo que 2021 será mais pesado???? Pelo simples fato de estar aprendendo a sustentar isso e não esmorecer no primeiro obstáculo.

É muito fácil voltar para aquele ciclo vicioso que me faz sozinha e me deixa no escuro. É muito cômodo votar para o conhecido e muito doloroso se manter no novo. Mas é aquela coisa, tá com medo? Vai com medo mesmo e vai com a certeza de que se fazer de surda facilita muita coisa, não esperar nada de ninguém além de mim mesma alivia muito o peito, e sustentar os NÃOS que serão ditos sem culpa e sem muita justificativa (poucas pessoas merecem isso e a maioria delas, não precisa, então...).

Sustentar essa postura é tipo manter a postura da nossa própria coluna, no automático, a gente se encurva e depois não sabe o por quê das costas doerem. É um exercício diário de lembrança e de "endireitamento" da coluna. Toda vez quem encurvo já lembro de aprumar, seja o corpo, seja a posição. Cansa? Um bocado mas até virar um hábito e se tornar natural e automático. 

E é por isso 2021, que apesar de todos os desafios que eu sei você me trará, eu te recebo de braços abertos e feliz da vida. Você será muito bom mesmo que coisas não tão boas estejam no caminho. 

Vamo com tudo!

Feliz ano novo!

X O X O

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Eu também mereço ser feliz!

 


Eu também mereço ser feliz! E sim, foi propositalmente redundante mas afinal, o que é ser feliz?!?

De acordo com o GOOGLE, ser feliz é:

feliz

adjetivo de dois gêneros
  1. 1.
    favorecido pela sorte; ditoso, afortunado, venturoso.
    "f. no amor"
  2. 2.
    cujos desejos, aspirações, exigências etc. foram atendidos ou realizados; contente, satisfeito.
    "ficou f. com tudo que conseguiu"

Só que ai entra aquela coisa, como é reconhecer isso? Como é sustentar isso?? Porque o mais difícil na vida, que tenho percebido e trabalho é sustentar nossas decisões, escolhas. referências, ganhos e perdas. 
E por muito tempo eu não me permiti ser feliz, de verdade e no oposto boboca da coisa, isso é muito triste. Não me permiti ser feliz, por medo do novo, pelo medo de falar NÃO, pelo medo de não ser aceita, pelo medo de me colocar em 1º lugar e me manter ali, sem medo de ser egoísta, sem medo de perder algo que talvez eu nunca tenha tido de fato.

Depois de muito tempo, muito trabalho árduo e doloroso, eu entendi que a minha felicidade depende única e exclusivamente de mim e que ela não é ter, a felicidade, realmente é sentida nas pequenas coisas, nas pequenas conquistas diárias, nos descobrimentos.

Há alguns anos, eu me perdi de mim, entrei num buraco e por lá fiquei por muito tempo. O pior não foi ficar lá, foi achar que eu tinha saído de lá, quando na verdade eu só piorava o buraco, cavava mais pra baixo ao invés de tentar ir a favor da luz. Não adianta, quando entramos em um ciclo destrutivo, a única pessoa que pode te ajudar de fato é você mesmo. Pois só assim, você consegue receber ajuda de segundos, terceiros e quartos. Enquanto você não se permitir. 

O escuro, a solidão, o silêncio, a sombra são viciantes e não só podem, como irão se tornar seu pior inimigo. É confortável, estar ali consigo sem nada e nem ninguém e com isso, você não se reconhece mais. Você não se enxerga e não permite se enxergar, o espelho muitas vezes não te ajuda porque ele está ali, te mostrando uma coisa que você não reconhece e que faz bater uma saudade de uma pessoa que você foi e que infelizmente, você NUNCA mais será. A gente muda! A gente precisa mudar mas mais do que isso, a gente precisa aceitar que não seremos mais quem éramos e tentar voltar pra aquele ponto antes do desastre não vai adiantar, só vai piorar.

Eu li em algum lugar, acho que foi no Instagram, que não adianta querer voltar pra um lugar em que você não existe mais. Que não adianta querer se "curar" de uma coisa que não voltará mais. Você tem que aceitar que você mudou, pra pior e a partir daí começar a procurar o melhor pra si. Isso não é fácil muito menos indolor. E foi a partir daí que eu entendi que mais uma vez eu iria mudar e dessa vez pra melhor e como tem sido melhor.

Hoje, eu entendo que eu posso, devo e mereço ser feliz. Eu entendo que pra isso, preciso sim me colocar em 1º lugar e sustentar a minha escolha. E com isso eu aprendi que sozinha é possível e necessário mas ter quem possa te dar a mão, também é essencial. Saber que você pode ter ajuda, profissional ou não é divino mas você precisa querer e permitir e a partir daí, é só trabalho e bons resultados, mas eles não aparecem do dia pra noite. A nuvem preta sai de cima mas antes disso vai chover bastante e você tem que permitir que chova, que chore, que alivie e esvazie pra só ai, podermos realmente nos reconstruir no limpo, no amplo.

Hoje, dia 30 de dezembro de 2020 é um dia no qual, pela 3ª vez na semana, eu consigo me enxergar, consigo reconhecer o que o espelho me mostra e consigo gostar daquilo que vejo. Sim, preciso emagrecer? Preciso, óbvio, afinal se não falar disso pra que eu tenho esse espaço aqui mas hoje, eu reconheço que mais que magra eu consigo ser leve e é na leveza que a felicidade está!

Sim, estou me tornando mais leve, estou me tornando mais feliz e eu mereço ser feliz também!

Que 2021 seja mais leve mais feliz e que a sustentação pra isso, seja mais firme e resistente. 

Porque EU mereço.

X O X O X O

sábado, 26 de dezembro de 2020

2020 - Um ano diferente. Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem diferente!

 



A saga de 2020 começou lá no finalzinho de 2019, quando nós brasileiros, temos a mania de conferir o calendário do ano seguinte pra conferir quantos feriados teremos e quantos deles serão prolongados. Eram 9, 9 feriados prolongados em que a grande maioria dos brasileiros empregados em empregos de segunda a sexta teriam para desfrutar, descansar, viajar e afins. E foi nesse mesmo período que o grande vilão de 2020 também apareceu. A Covid-19 quando ainda só assustava na China. 
Eu como hoteleira, nem me preocupei com os feriados, feriados prolongados nessa área, assim como algumas outras essenciais, tal situação não existe, salvo longas negociações. E como boa brasileira, também nem preocupei com a Covid-19, já que estava na China e ainda era chamada de surto. Mas não foi bem assim que a banda tocou.

Viramos o ano e enfim 2020 chegou, com isso o surto de Covid-19 virou uma epidemia e tão logo uma pandemia. Onde surgiram dúvidas, meme's, crenças e descrenças. Muitas vidas foram perdidas, muita luta da equipe de saúde pra salvarem pais, mães, filhos, irmãos e a si mesmos. Medo, muito medo também sentimos. Fomos obrigados a mudar rotinas, a nos trancar em casa, evitar contatos, abraços, beijos, confraternizações. Milhares de pessoas perderam o emprego, se inventaram, reinventaram e continuam na luta pra tentar que a vida fiquei mais normal possível mesmo com todas as dificuldade, porque venhamos e convenhamos, esse novo normal não é fácil não.

Mas vamos ao que interessa nesse blog, falar de mim :) nessa confusão toda de 2020.

Vou tentar resumir um ano em um texto, prometo. Conseguir cumprir são outros 500.

Início do ano, foi um início de algumas decisões que precisei tomar, devido ao meu salário que fera variável na época. Uma delas e a mais importante, foi trocar meu curso presencial para EAD, devido ao valor dele. Aquele medinho de, será que vou dar conta e ter disciplina, suficiente pra isso??? Sim, eu dei conta e sim eu tive disciplina pra isso, porém voltaremos nesse tópico lá pro meio do ano.

Até o carnaval foi um início de ano comum, trabalhando, de férias da faculdade, curtindo o bem, o filho do bem, minha mãe, minha rotina e minhas saídas dela. Ah,  a terapia estava de férias também essa parte, foi um dos momentos mais difíceis de se manter mas conseguimos. A Covid-19 ainda não era tão forte no Brasil mas alguns casos já começaram a aparecer de pessoas que vinham do resto do mundo. Só que o carnaval aconteceu e ai que começou a confusão.

Pouco antes do carnaval pedi demissão do meu emprego, para poder ir para um novo onde eu teria uma maior estabilidade financeira. Trabalhei o carnaval e saí no final de fevereiro, começando na outra empresa em 02/03/2020. Foram 15 dias de trabalho pesado. Muito fluxo, muito movimento e muito atípico para época na cidade. Em 18/03/2020 teve início ao lockdown em BH. Simplesmente todo tipo de comércio, exceto os essenciais, fechados. Eu ainda na experiência, pensei com meus botões: F@$#%!!! Desempregada e sem nenhum direito ou benefício. Ainda bem que entrei em uma empresa e equipe, muito humana, consegui manter meu emprego e continuar a trabalhar. Menos uma preocupação.

Com esse lockdown, voltei a estudar EAD, continuei trabalhando mas a terapia não voltou, essa parte me fez passar alguns momentos de desespero, já que a clínica escola não atendeu por essas tecnologias que temos hoje para tal. Até tive uma consulta mas foi a única. Tive que lidar com meus medos, traumas e angústias com lembranças da terapia e sozinha. De todo não foi muito ruim mas fácil não foi não. E mais uma coisa que mudou na minha rotina nesse primeiro momento, foi que meu dia com o bem, não tínhamos mais, aquela terça/quinta-feira, que saímos, nos curtíamos e cuidávamos de nós como casal. Nos adaptamos, a sessão de cinema, um dos nosso programas favoritos foi adaptado pra Netflix, quitutes e as nossas cervejinhas em casa. O que também não foi de todo ruim, afinal rola uma economia ai.
Ou seja, minha rotina em si, não mudou muita coisa. A maior mudança em si, foi estar presente nas compras de mercado junto a minha mãe, pois além de ela se sentir mais segura, o ato em si era mais rápido. 

No segundo trimestre não teve muita diferença na minha vida não. Tudo estava bastante comum no "novo" normal, que também não foi tão diferente dos hábitos lá de casa. Sempre tivemos o hábito de lavar as mãos e álcool em gel, já eram comuns há alguns bons anos. Agora, o limpar as compras e alguns outros fomos nos adaptando.

Do meio do ano pra cá, a parada ficou insana, assumo. Acho que o misto de cansaço emocional, cansaço físico, tensão, algumas rusgas na relação, faculdade, fizeram a pirada ser intensa, preocupante e estafante mas graças a um momento desesperador, entrei em contato com o psicólogo que me atendia na clínica escola e ele me deu uma notícia M-A-R-A-V-I-LH-O-S-A. Ele já havia graduado e poderíamos continuar o atendimento sem vínculo à clínica escola. Que sensação boa. Voltamos aos atendimentos, que sensação de alívio, facilitou muito lidar com a vida naquele momento, como tem facilitado ainda mais com o passar dos atendimentos.

No segundo semestre também conheci uma grupo de apoio para comedores compulsivos, que me ajudou absurdamente a entender que eu não estava sozinha, acho que já falei sobre eles no último post mas vou falar de novo, não custa. Apesar de não ter seguido com as participações presenciais no do grupo, a premissa, o aprendizado e a certeza que não estou sozinha, se mantiveram e continuam a serem trabalhadas diariamente. Que diferença ele agregou na minha vida. Também tive uma consulta com meu médico, linda, de confiança de anos de parceria que foi uma das melhores consultas que tive com ele, para poder comparar, foi bem parecida com a primeira consulta que tive com ele há quase 9 anos. Foi uma consulta de coração aberto e sincero, afinal minha luta contra a balança sempre foi árdua, acho que dá pra perceber pelo blog. E finalmente eu entendi, com o trabalho do Pedro, do Dr. Daniel e do grupo de apoio, que mais do que magra, eu quero ser leve e ser leve não tem absolutamente nada com ser magra. E foi ai que algumas coisas mudaram e ficaram mais fáceis.

Assumir que temos problemas não é fácil, aceitar que temos que tratar esses problemas é complicado mas quando conseguimos entender, aceitar e começar a arrumar toda essa confusão, as coisas vão entrando no lugar, você vai entendendo melhor quem é você, qual é o seu lugar, como arrumar, manter e descartar. Fácil? Com certeza, não! Trabalhoso e dolorido? Muito. Mas vale e vale muito a pena. É bom se conhecer, se reconhecer, aprender a se cuidar, a se colocar em primeiro apesar de todo o trabalho. Faria tudo de novo! E é o que tenho feito.

Chegamos no 4º e último trimestre. PQP! O que que foi isso???? Parece que um caminhão me jogou pro alto, passou por cima e não satisfeito, voltou de ré. Mas com toda a rede de apoio que eu tenho, não só a especializada  mas a do dia a dia, superamos e continuamos a ir, um dia de cada vez.

Vamos lá, a faculdade deu uma pesada e eu não consegui me entregar a ela como deveria e acabei não conseguindo um resultado tão positivo como eu gostaria mas 2021 me faz recuperar isso e colocar as coisas no seu devido lugar. Perdi meu emprego mas agora já consegui não era tão desesperador, já que consegui me organizar, garantir alguns direitos e benefícios e de quebra consegui em extra, na mesma rede que tem me salvado lindamente. Ah e comecei a nadar também, que sensação boa, que trabalho mental, além de físico, obviamente. Me sinto bem na piscina, além de todos os benefícios que a atividade traz, me sinto bem melhor comigo.



Meus 36 anos chegaram. Quem diria. Não estou conforme eu idealizei na minha juventude mas e é um grande mas eu estou bem na fita. A vida se encaixando e encaminhado além de estar mais leve apesar do trabalho contínuo e diário.

E chegou dezembro, o último mês do ano, a última fase de 2020, onde realmente fui colocada a teste e apesar dos deslizes. Fui colocada em cheque, comigo, no profissional, no relacionamento familiar, no relacionamento amoroso. A surtada foi pesada e linda, pra não falar outra coisa. Mas estamos aqui, seguindo, um dia após o outro, uma respirada funda após a outra, uma nadada na piscina após a outra. 

O que eu posso dizer de 2020 é que foi um ano de aprendizados! E que aprendizados.

Aprendi que perfeição não existe, por mais que se ela seja almejada. Ela NÃO existe. Podemos ser melhores e mais leves que ontem, o que faz tudo ficar mais fácil. Que não precisamos de muito e que detalhes fazem muito a diferença. Amadurecer dói e que quando estamos desconfortáveis temos algumas opções mas precisamos arcar com as consequências das nossas escolhas. Traumas, medos e aflições podem e devem ser superados por mais difícil que seja e quando estiver muito pesado, pedir ajudar e dividir o peso ajuda e nos faz superar com mais facilidade. Diálogo é essencial e quando não se está acostumada com ele é difícil começar a tê-lo mas a cada diálogo novo mais fácil incorporá-lo ao dia a dia é.  Que família é essencial tanto quanto dizer NÃO e os dois fazem um bem danado. E família não é só de sangue, família é onde tem amor. Aprendi também que 24/12, véspera de natal, pode ser celebrada com um misto quente e um siso arrancado de emergência e mesmo assim é muito bom.

Então 2020, o que posso dizer de você, é que você não foi fácil mas foi fundamental. E o que posso dizer pra você é muito obrigada por tantas lições e permissões.


Que venha 2021!


Para aqueles que chegaram até aqui, o meu muito obrigada. Boas festas e um ano de 2021 melhor! E até 2021!

XOXO