Engraçado como são as coisas, a gente começa falando de um carrossel quando a imagem que ilustra é uma montanha russa. As vezes me pego pensando, é tudo a mesma coisa, a diferença está no significado, na intensidade e na emoção que você coloca. Para uma criança de um ou dois anos, um carrossel é extremamente emocionante. Já para o adolescente é a coisa mais sem graça que tem, diferente da montanha russa, por que essa. sim, é emocionante. Tem velocidade, tem altura, tem o ir contra a gravidade, é sair de coração na boca, sem voz e pedindo mais.
Mal sabemos que a vida nada mais é que uma montanha russa que te deixa de cabeça pra baixo, cabelos em pé, coração na boca e nem sempre te faz pedir mais. Algumas vezes, tudo o que você quer é que essa viagem acabe. Mesmo sabendo que logo logo outra viagem se inicia e você não faz ideia do que irá acontecer.
Os últimos dias foram uma mistura de sentimentos, vontades, arrependimentos e compensações absurdos, que eu mesma ainda não entendi boa parte deles. Alguns momentos foram sensacionais, trouxeram a calmaria e excitação necessárias pra situação, apesar de contraditório, mas fizeram este exato papel. Outros momentos doem, só de lembrar. Ter que revivê-los, aqui e agora, pra colocar em palavras, situações, sentimentos e pessoas me faz querer voltar lá pro tempo em que apenas a excitação do carrossel era necessária pra fazer sorrir e me sentir a amazonas cavalgando mundo a fora. Mal sabia que, um dia, eu ia pedir pra descer da montanha russa.
A viagem começou normalmente, eu lá, sentadinha na cadeira, e como sempre na primeira fileira, afinal é a minha montanha russa, atei os cintos, olhei pra cima e disse, bora lá!!!!!!! Seja o que Deus quiser. Bendita hora que eu fiz isso. Bendita hora!!!!
Lá fui eu....
Como toda viagem de montanha russa começa, veio a subida com aquele saculejo de leve que, apesar de você ter uma pequena noção do que vem pela frente, você nunca tem certeza e muito menos não sabe como se segurar. A subida foi lenta e o pior, foi longa, foi extremamente longa só que, mais longa que a subida foi a pausa que o carrinho deu antes de começar a descida. Mas uma coisa eu não posso negar, foi lindo aproveitar a paisagem, o vento no rosto, o pôr do sol e a sensação de liberdade que vem junto. Só que aí, vem o clique. Mermão, esse clique já faz o coração ir lá pra boca. se segura. Se segura, porque a descida será violenta. E foi. Como essa descida foi violenta e como essa descida deixou marcas. Ralados, roxos e me deixou toda dolorida.
O que mais me espanta é que boa parte desses ralados e roxos são mais velhos que andar pra frente mas, ainda assim, eu continuo insistindo. MASOQUISMO, só pode!!!!!! Por que não tem outra explicação.
Bom, a primeira descida chegou e com isso também chegaram alguns desânimos, alguns ralados e aquele esfolado básico que coça até, e a gente é doido pra dar a casquinha, que eu e todo mundo adora arrancar, mesmo sabendo que vai doer e que vai demorar ainda mais pra sarar. Tô falando, é tudo MASOQUISMO. Mas passou.... E ainda bem que passou essa parte, foi a parte mais fácil da viagem. O pior ainda estava por vir e veio.
Ele veio na curva de sábado, quando eu já sabia o que eu tinha que fazer e evitar e ainda assim eu fiz tudo ao contrário, só pra doer mais uma vez, e o pior, como ainda está doendo. MASOQUISMO.
Te ver chegar, naquela curva, Nem, foi tão difícil. Difícil estar tão perto e ainda assim tão longe, querer te abraçar, segurar a tua mão nessa viagem e em todas as outras e saber que por um erro meu, você não fará mais parte de nenhuma viagem dessa montanha russa. Que eu ficarei sozinha no carrinho, gritando, sentindo o vento e desejando você ali, do meu lado. Isso foi só o início da curva.
Essa, bendita, curva me fez mais uma vez compensar, muito mais fácil compensar do que lidar e nem adianta falar que não porque a gente sabe que é mentira. E como a gente já falou, mentir é feio. E eu compensei, compensei tão pouco, que tive até coragem de chegar pertinho de você e começar um diálogo que a gente sabia aonde ia dar. E deu. Deu numa conversa que como sempre a emoção impera. Onde mágoas, na maioria da vezes falam mais alto, onde o meu arrependimento me bate na cara mais forte que o vento lá do alto. E que ainda assim a gente se cuida, a gente se entende. Saber que você ainda me tem perto, me chamando de A Carioca, porque sim, eu sou carioca, seja na marra, no jeito ou na malemolência eu ainda sou eu, do jeito que você conhece do avesso.
Te ter em meus braços ali, Nem, foi tão bom! Melhor que ter em meus braços foi estar nos seus, porque são neles que o mundo para e tudo ficar mais legal. Onde até a DC é colorida e a Marvel é um arco-íris. Pena que você foi apenas uma razão e eu sempre quis que mais que uma estação, você fosse a vida inteira. Mas pela razão que és, mais uma vez eu fui sem você e é sem você que eu tenho que ficar, pra quem sabe assim a minha razão faça de um outro alguém uma estação que faça a vida inteira valer a pena?????? A nossa viagem, chegou ao fim deixando muitos machucados e que deles virão cicatrizes que eu aprenderei a lidar. E que um dia, elas serão motivo de risadas quando sentar-me à mesa com as amigas e falar: "Cara, como que eu fiz isso???".
Da viagem desse final de semana, terminou uma jornada, porque depois de um determinado tempo, toda e qualquer viagem se torna uma jornada, eu deixo essa montanha russa ali, parada, desligada e torcendo pra ela enferrujar, encher de poeira e não ter conserto. Por mais emoção que ela traga, ela também trás correntes que me deixam num só lugar e chegou a hora de ir. Talvez pra mais alto, talvez pra mais longe ou simplesmente pra outro carrinho pra conhecer outra sensação. Por que o botão de pânico, ele já não tem nem mais capa, de tanto que ele foi usado.
Desço aqui dessa viagem, tonta, sem voz, vazia, toda escralavada e meio perdida mas sabendo que mesmo que demore um pouco mais pra eu entrar no carrinho dessa montanha russa, eu volto. Por que eu sou dessas!!!! Sou carioca, sou trágica e ainda assim cômica e passei a ser a minha ao invés de sua!!!!
Beijos meus!
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