domingo, 28 de janeiro de 2018

A hora da despedida


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Nunca é fácil dizer adeus. Nunca é fácil deixar ir aquilo que nos faz ou fez feliz, aquilo que nos traz esperança, aquilo que nos faz acreditar que o mundo ainda é bom, assim como aqueles que o habitam. 

Mas aí eu pergunto, existe algum adeus que seja menos dolorido de ser dito????

Acredito que não. Se quando perdemos alguém que está sofrendo por alguma doença, já não é fácil, aceitar esse adeus. Saber que, aquele que amamos estará a descansar, se livrando de dor, sofrimento e nós, aqueles que ficam também estaremos a descansar em não ver aquela pessoa amada a sofrer. Isso mostra quão egoístas somos. 

Dizer adeus numa situação trágica, de algum acidente, algo inesperado também não é fácil, exatamente por não estarmos esperando aquela situação. Esse adeus, é ainda mais dolorido, mais sofrido e mais difícil. E é tão difícil. Por que é tão difícil???

É difícil, porque temos que aceitar na marra que perdemos. Perdemos a chance de fazer a mais, perdemos a chance de demonstrar mais, perdemos a chance de sermos melhores, perdemos. E venhamos e convenhamos, ninguém gosta de perder. Pra nada e pra ninguém.
E é exatamente por isso que voltei aqui, relutante, já sabendo o que escrever, já sabendo que tinha que colocar pra fora e sempre postergando. Eu não queria assumir pra mim mesma que eu perdi. E perdi feio, e ainda assim, não foi tudo perdido.

Complicado né?!?!?! Eu sei. Eu sinto. E de verdade, eu espero que assim que eu consiga terminar de colocar aqui, esse ano entalado na alma, porque a garganta não foi suficiente, eu realmente consiga dizer adeus, sem me apegar na possibilidade do e se.

Acho que a pior parte disso tudo, não foi perder aquele amor, aquele sonho, aquela projeção. O pior de tudo foi permitir me perder, foi permitir não cuidar de mim. Como doeu e como ainda dói. Dói na alma, dói na vida e no viver. Mas agora é aquela dor que a gente passa por cima e continua em frente.

Chorar não era suficiente, não aliviava, não fazia passar. Chorar apenas acentuava a dor. Ver a cor do céu, sentir o calor do sol ou fazer qualquer esforço além do necessário para sobreviver doía. E o que mais doía? Sorrir por fora quando por dentro o mundo desabava, desabava em dor, desabava a fé, desabava o acreditar no próximo e principalmente o acreditar em mim.
Acreditar em mim.... Como é difícil acreditar em si mesmo quando o mundo parece ir contra, quando até você mesma está contra você.

Não somos ensinados a perder. Não somos ensinados a lidar com a dor. Sempre tem alguém para amenizar, fazer ficar mais fácil ou até mesmo fazer por você. E quando chega o momento de você lidar consigo por si próprio, cara, vou te falar, não é fácil, não é lindo e muito menos indolor. Você enxerga o pior de si, da pior forma possível e ainda tem que fazer um esforço absurdo pra tentar enganar a si e a quem está perto de você. Porque é um saco ter que ficar ouvindo os comentários daqueles que nos cercam. A gente sabe que eles não fazem por mal, que os comentários vem porque eles nos amam e querem o nosso melhor mas tem hora que o silêncio é a melhor pedida.

Conseguir enxergar a si faz muita coisa acontecer. Mas é você quem decide pra onde e quando você vai levar essa visão. É você quem decide qual forma irá lidar. É você quem decide se você manterá tal imagem ou se irá mudá-la.

Dizer adeus é mudança. Dizer adeus é crescer. Dizer adeus é entender que o amor às vezes não significa estar junto. Dizer adeus, de certa forma, também é dizer olá. Para novos sonhos, novas pessoas, novos desejos, novas chances e pra você mesmo.Não tenho mais medo de dizer adeus, nem de sentir tudo o que isso implica. Hoje, sou mais eu, mais forte, mais sorridente e estou em paz. Comigo e com o mundo.

Diga adeus, depeça-se. Diga olá e conheça-se.