sexta-feira, 9 de julho de 2021

A calça flare que não cabia

 


Toda mulher sabe como é ruim não caber, entrar ou fechar uma roupa. Uma calça jeans então, é pior ainda. Bom pelo o menos pra mim.

Depois de muitos anos em um ramo empregatício no qual uniformes me eram fornecidos, hoje, eu trabalho num lugar onde uniforme não é obrigatório, apesar de eu já estar montando uns pra mim, porque eu não sou daquelas que se preocupa muito com roupa, gosto de sapatos mas voltemos. Ah além de tudo ainda fui vacina contra o COVID-19 (VIVA O SUS).

Além da licença poética de engordar, surtar, chorar, sair e voltar de muitos lugares nessa pandemia, um lugar ainda não consigo sair em definitivo. Trabalhando para isso estamos mas tá osso. Enfim, voltemos pra calça flare.

Hoje, tenho dois pares de calça jeans, o que pra mim é o suficiente, tenho apenas duas pernas. E com isso, acabei "ganhando" uma calça. A tal da calça flare. Apesar da numeração estar correta, 46, sim uso manequim 46, às vezes 44, às vezes 48 mas é nessa média ai (todas as mulheres que chegaram até aqui me entendem). Ah, ganhei uma blusa também. E nem a calça e nem a blusa me serviam. Não pelo tamanho, apesar da calça ter ficado um pouco mais justa na cintura, nenhuma das duas peças me serviram.

Mas Nathalia, reza a lenda de que "De cavalo dado, não se olha os dentes". Realmente não se olha mas não era um cavalo, eram peças de roupa que não me serviam e ficariam ali paradas e acumuladas no armário. 

Falei com todas as letras, obrigada pelas peças mas não vou usar. Não servem. A blusa era feira e o modelo da calça nunca foi um modelo que eu gostei mas sempre usei, já que não pagava por elas. Hoje eu posso pagar por elas e quando pago, compro modelos, tamanhos, cores e cortes que me servem. 

Existiu um drama, óbvio, pela perda de poder mas eu também tive o meu poder. Eu não só posso, como mereço tê-lo. Afinal, é o meu corpo, a minha vida, meu gosto e minhas escolhas (ainda preciso afirmar isso pra mim, diariamente, pra sustentar mas tem dia que não é fácil).

É isso, estar, usar, ser e viver o que me cabe! O que eu quero, o que eu gosto e o que eu permitir.

Caber! Essa é a pedida.