terça-feira, 24 de março de 2020

Nem tão, DivertidaMente, assim....

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Se tem um filme que eu gosto é esse da fotinha, DivertidaMente, trocadilho para usar a palavra mente (oh jura?). No inglês, o título é Inside Out, de dentro pra fora, na tradução livre, mostra como as emoções nos controlam e como elas são construídas. São cinco emoções que o filme tem como personagens, são eles: Alegria, Medo, Nojinho, Raiva, e o que eu tenho mais me identificado nos últimos tempos, a Tristeza. Cada um especificado por uma cor, e sempre com alguma cor de outro personagem, mostrando que ninguém é só uma emoção ou apenas sente só algum tipo de coisa.

Por muito tempo me vi e me viam como a Raiva, mesmo antes do filme acontecer. E eu assumo, até a cabeça em chamas eu já senti, hehehe 

Mas a Tristeza, essa, eu assumo, parecemos muito. Dá só uma olhada.

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Parecemos tanto, que até "fisicamente" falando, a gente se parece. Corte de cabelo, tom de pele, tudo bem que o meu azul é mais claro, mas ainda é azul, óculos, estilo de roupa, e aquele buchinho, redondinho, redondinho.

Mas além dessas semelhanças eu me vejo em como ela se porta, em como ela lida com as situações e até mesmo como ela se deixa levar. E não sei se é o pior de tudo, em como ela se satisfaz na insatisfação.

A primeira vez que ouvi isso, a satisfação na insatisfação, várias interrogações apareceram na minha cabeça e vêm martelando desde então. E assumo, agora em momento de COVID-19, essas interrogações estão maiores, mais pulsantes, em negrito, itálico, highlighted (se possível em neon) e sublinhado.

Mas vamos lá. Eu comecei a escrever esse texto há algum tempo e o deixe no rascunho, até que toda eu tivesse vontade de escrever de novo e essa situação em que vivemos tomasse conta . Já tinha elaborado um texto todo na minha cabeça, pensado no título, na figura e no conteúdo, escrever não é fácil. Tão logo entrei no blog, me deparei com o rascunho, reli e resolvi aproveitá-lo além de adaptar, um pouco, o texto.

Essa última madrugada foi longa, consegui cochilar por volta de 3h30 da manhã, conversei com várias pessoas que estavam dispostas a me aturar, mais uma vez obrigada e eu nem sei se vocês irão ler isso aqui, porque sim, eu estava bem chata. Estava no meio de uma crise de ansiedade, das brabas.

Por muito tempo eu vivi na satisfação da insatisfação. Era simples, acolhedor, conhecido e reconhecido. Sabe aquela coisa do, "Ah, não era pra ser e tá tudo bem!!!" Cara, eu fiquei nessa muito tempo, em um determinado momento tiveram alguns agravantes e a situação piorou substancialmente. Foi quando no início de 2019, minha vida de uma volta de 180° e me deu uma bela saculejada.

Perdi o emprego, voltei a estudar, arrumei outro emprego, conheci o meu amor, isso tudo em um período de 45 dias. Era muita coisa pra assimilar, muita coisa pra aprender, muita coisa pra fazer, era, como sempre foi, tudo muito e eu sempre de lado, por último quando dava. E vou te falar, não é fácil, não é simples, muito menos fácil. Não é atoa que o escuro, a solidão e a satisfação na insatisfação tomam conta e vão crescendo e dominando facilmente. Decidi buscar ajuda profissional, como a grana estava curta, fui atrás da ajuda que poderia conseguir na faculdade, apesar do meu esforço, naquele momento, não consegui nem entrar na lista de espera. E o buraco no peito, deu uma aumentada, porque eu já não suportava mais. Alguns meses depois e a adaptação à nova rotina, mais um semestre letivo e mais uma tentativa de conseguir entrar na lista de espera. 

No primeiro dia de aula, lá estava eu na clínica pra saber se a lista de espera já estava aberta. A recepcionista, disse que não mas falou em alto e bom som: Você está vindo desde o início do ano, vou colar o seu nome aqui, mas atendimento só lá pra 2020. Eu sorri feliz, fui vista e reconhecida e isso é tão acolhedor. Disse que não tinha problema e agradeci com toda sinceridade do meu coração e fui pra aula. 48h depois me liga o Pedro, uma pessoa que agradeço todos os dias por ter entrado na minha vida, se apresentando e falando que começaríamos o acompanhamento na próxima semana. Você tem ideia do que é ter uma notícia de antecipação tão considerável assim??? Pra mim, foi a glória.

Começamos o acompanhamento, os resultados foram surgindo. Muito positivos diga-se de passagem e bem doloridos também, aos poucos e um após o outro. Vieram as férias e o acompanhamento foi "suspenso", já que a clínica funciona com o calendário da faculdade.  E chegou 2020. Voltamos ao acompanhamento, troquei de emprego mais uma vez, o amor tá lindo e bem obrigada, só que a pandemia do COVID-19 chegou e tomou conta. E tomou conta, de verdade. Não pelo medo de pegar o vírus, porque é uma possibilidade, mesmo me precavendo. Não é medo de perder o emprego, que sim estou apreensiva com a situação, mas o medo que mais tem me pegado é o medo de voltar pro escuro. E pior que voltar pro escuro, é reconhecer o acolhimento, deixar ele fazer o papel dele e me acomodar ali.

É apavorante esta possibilidade. E sim, estou com medo, muito medo.

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Bom, acho que falei demais, quer dizer escrevi demais, fui e voltei algumas vezes e sim, estou me sentindo melhor depois desse texto/desabafo.

Ah, outra coisa.

Se você que me conhece, leu até aqui, quiser e puder ajudar, não precisa de muito, é só conversar banalidades pra cabeça "anuviar" e eu conseguir relaxar. Já agradeço de ante mão. Se você não me conhece, leu até aqui e quer ajudar, pode me mandar um e-mail: santos.ntx@gmail.com, eu respondo e também agradeço de antemão. Agora se você leu até aqui, obrigada, e não quer ajudar, não precisa apontar e tente ajudar alguém mais próximo a você. Neste momento de caos, todos precisamos de ajuda.

✌✌✌✌✌✌✌✌✌

Pra vocês!!! Até o próximo texto.

Nathy =)




domingo, 15 de março de 2020

A luz e o girassol

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Adivinha doutor quem está de volta na praça?!?!? Não, não é a esquadrilha da fumaça (e sim, eu curto/ia Planet Hemp), mas sou euzinha mesma, escrevendo aqui de novo, depois de mais uma vez, sumir. Mas voltei, aqui estou e vou tentar fazer um resumão de tudo o que tenho sentido e passado. Entre erros e acertos, acho que tenho me encontrado com mais frequência.

Bom, vamos lá.

Resolvi colocar a imagem do girassol, porque percebi como ele é presente na minha vida, no meu dia a dia e como ele pode nos mostrar como devemos ser ou pelo o menos agir. E percebi que a sua presença sempre foi sútil e em umas das formas que eu mais amo e sinto, a música. Sou uma pessoa muito auditiva, adoro sons (alguns então, enfim, foca aqui Nathalia).
A primeira, mais antiga e mais latente é a de Alceu Valença:

"Mar e Sol

Gira, gira, gira

Gira, gira, gira, gira, gira, Sol

Mar e Sol

Gira, gira, gira

Gira, gira, gira, gira, gira, Sol

Um girassol nos teus cabelos

Batom vermelho, girassol

Morena, flor do desejo

Ah, teu cheiro em meu lençol"

Como eu já dancei essa música, já perdi até as contas. E como eu já me deixei levar apenas pelo giro. E hoje eu consigo perceber, que vivemos de ciclos, assim como o giro do sol, alguns mais claros e ensolarados, outros mais nublados e tantos outros no escuro da noite, aonde o sol ilumina outros caminhos e lugares. E tá tudo bem. O sol volta a brilhar, cedo ou tarde.

E aí, eu cheguei em um outro momento que eu me percebo como o girassol da música do Whinderson Nunes com a Priscila Alcântara, que já é uma música que mesmo com o girassol, ela vale pra um dia mais nublado.

"Se a vida fosse fácil como a gente quer

Se o futuro a gente pudesse prever

Eu hoje estaria tomando um café

Sentado com os amigos em frente TV

Eu olharia as aves como eu nunca olhei

Daria um abraço apertado em meu avós

Diria eu te amo a quem nunca pensei

Talvez, é o que o universo espera de nós

Eu quero ser curado e ajudar curar

Eu quero ser melhor do que eu nunca fui

Fazer o que eu posso pra me ajudar
Ser justo e paciente como era Jesus

Eu quero dar valor até o calor do sol

Que eu esteja preparado pra quem me conduz

Que eu seja todo dia como um girassol

De costas pro escuro e de frente pra luz..."

Essa música é uma das (outras são do Rosa de Saron, olha, acho que tenho um jardim de apoio) que nos meus dias escuros vivem no "repeat", são horas e horas escutando a fio, pedindo, chorando, questionando, duvidando e me pegando em algumas frases da música, como alento, alívio, esperança e um "cadinho" de força pra continuar em frente, enfrentando.

Nesse meio tempo, aprendi a me olhar mais, de verdade. Apesar de ainda ter alguma dificuldade de o fazer, tem ficado mais fácil me encarar no espelho. Tem ficado mais fácil me assumir Nathalia, ao invés de me manter escondida atrás da Taia. Tem ficado mais fácil fazer das duas uma só.
É um trabalho árduo, longo, dolorido e doloroso mas é um trabalho gratificante, me conhecer, ou melhor, me reconhecer em mim, tem sido interessante. Bem interessante, na verdade.

Um dia de cada vez, um passo de cada vez, uma olhada de cada. Sendo cada vez mais como o Girassol, de costas pro escuro, e de frente pra luz. 

Um beijo da moça do jardim.

XOXO