sábado, 26 de dezembro de 2020

2020 - Um ano diferente. Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem diferente!

 



A saga de 2020 começou lá no finalzinho de 2019, quando nós brasileiros, temos a mania de conferir o calendário do ano seguinte pra conferir quantos feriados teremos e quantos deles serão prolongados. Eram 9, 9 feriados prolongados em que a grande maioria dos brasileiros empregados em empregos de segunda a sexta teriam para desfrutar, descansar, viajar e afins. E foi nesse mesmo período que o grande vilão de 2020 também apareceu. A Covid-19 quando ainda só assustava na China. 
Eu como hoteleira, nem me preocupei com os feriados, feriados prolongados nessa área, assim como algumas outras essenciais, tal situação não existe, salvo longas negociações. E como boa brasileira, também nem preocupei com a Covid-19, já que estava na China e ainda era chamada de surto. Mas não foi bem assim que a banda tocou.

Viramos o ano e enfim 2020 chegou, com isso o surto de Covid-19 virou uma epidemia e tão logo uma pandemia. Onde surgiram dúvidas, meme's, crenças e descrenças. Muitas vidas foram perdidas, muita luta da equipe de saúde pra salvarem pais, mães, filhos, irmãos e a si mesmos. Medo, muito medo também sentimos. Fomos obrigados a mudar rotinas, a nos trancar em casa, evitar contatos, abraços, beijos, confraternizações. Milhares de pessoas perderam o emprego, se inventaram, reinventaram e continuam na luta pra tentar que a vida fiquei mais normal possível mesmo com todas as dificuldade, porque venhamos e convenhamos, esse novo normal não é fácil não.

Mas vamos ao que interessa nesse blog, falar de mim :) nessa confusão toda de 2020.

Vou tentar resumir um ano em um texto, prometo. Conseguir cumprir são outros 500.

Início do ano, foi um início de algumas decisões que precisei tomar, devido ao meu salário que fera variável na época. Uma delas e a mais importante, foi trocar meu curso presencial para EAD, devido ao valor dele. Aquele medinho de, será que vou dar conta e ter disciplina, suficiente pra isso??? Sim, eu dei conta e sim eu tive disciplina pra isso, porém voltaremos nesse tópico lá pro meio do ano.

Até o carnaval foi um início de ano comum, trabalhando, de férias da faculdade, curtindo o bem, o filho do bem, minha mãe, minha rotina e minhas saídas dela. Ah,  a terapia estava de férias também essa parte, foi um dos momentos mais difíceis de se manter mas conseguimos. A Covid-19 ainda não era tão forte no Brasil mas alguns casos já começaram a aparecer de pessoas que vinham do resto do mundo. Só que o carnaval aconteceu e ai que começou a confusão.

Pouco antes do carnaval pedi demissão do meu emprego, para poder ir para um novo onde eu teria uma maior estabilidade financeira. Trabalhei o carnaval e saí no final de fevereiro, começando na outra empresa em 02/03/2020. Foram 15 dias de trabalho pesado. Muito fluxo, muito movimento e muito atípico para época na cidade. Em 18/03/2020 teve início ao lockdown em BH. Simplesmente todo tipo de comércio, exceto os essenciais, fechados. Eu ainda na experiência, pensei com meus botões: F@$#%!!! Desempregada e sem nenhum direito ou benefício. Ainda bem que entrei em uma empresa e equipe, muito humana, consegui manter meu emprego e continuar a trabalhar. Menos uma preocupação.

Com esse lockdown, voltei a estudar EAD, continuei trabalhando mas a terapia não voltou, essa parte me fez passar alguns momentos de desespero, já que a clínica escola não atendeu por essas tecnologias que temos hoje para tal. Até tive uma consulta mas foi a única. Tive que lidar com meus medos, traumas e angústias com lembranças da terapia e sozinha. De todo não foi muito ruim mas fácil não foi não. E mais uma coisa que mudou na minha rotina nesse primeiro momento, foi que meu dia com o bem, não tínhamos mais, aquela terça/quinta-feira, que saímos, nos curtíamos e cuidávamos de nós como casal. Nos adaptamos, a sessão de cinema, um dos nosso programas favoritos foi adaptado pra Netflix, quitutes e as nossas cervejinhas em casa. O que também não foi de todo ruim, afinal rola uma economia ai.
Ou seja, minha rotina em si, não mudou muita coisa. A maior mudança em si, foi estar presente nas compras de mercado junto a minha mãe, pois além de ela se sentir mais segura, o ato em si era mais rápido. 

No segundo trimestre não teve muita diferença na minha vida não. Tudo estava bastante comum no "novo" normal, que também não foi tão diferente dos hábitos lá de casa. Sempre tivemos o hábito de lavar as mãos e álcool em gel, já eram comuns há alguns bons anos. Agora, o limpar as compras e alguns outros fomos nos adaptando.

Do meio do ano pra cá, a parada ficou insana, assumo. Acho que o misto de cansaço emocional, cansaço físico, tensão, algumas rusgas na relação, faculdade, fizeram a pirada ser intensa, preocupante e estafante mas graças a um momento desesperador, entrei em contato com o psicólogo que me atendia na clínica escola e ele me deu uma notícia M-A-R-A-V-I-LH-O-S-A. Ele já havia graduado e poderíamos continuar o atendimento sem vínculo à clínica escola. Que sensação boa. Voltamos aos atendimentos, que sensação de alívio, facilitou muito lidar com a vida naquele momento, como tem facilitado ainda mais com o passar dos atendimentos.

No segundo semestre também conheci uma grupo de apoio para comedores compulsivos, que me ajudou absurdamente a entender que eu não estava sozinha, acho que já falei sobre eles no último post mas vou falar de novo, não custa. Apesar de não ter seguido com as participações presenciais no do grupo, a premissa, o aprendizado e a certeza que não estou sozinha, se mantiveram e continuam a serem trabalhadas diariamente. Que diferença ele agregou na minha vida. Também tive uma consulta com meu médico, linda, de confiança de anos de parceria que foi uma das melhores consultas que tive com ele, para poder comparar, foi bem parecida com a primeira consulta que tive com ele há quase 9 anos. Foi uma consulta de coração aberto e sincero, afinal minha luta contra a balança sempre foi árdua, acho que dá pra perceber pelo blog. E finalmente eu entendi, com o trabalho do Pedro, do Dr. Daniel e do grupo de apoio, que mais do que magra, eu quero ser leve e ser leve não tem absolutamente nada com ser magra. E foi ai que algumas coisas mudaram e ficaram mais fáceis.

Assumir que temos problemas não é fácil, aceitar que temos que tratar esses problemas é complicado mas quando conseguimos entender, aceitar e começar a arrumar toda essa confusão, as coisas vão entrando no lugar, você vai entendendo melhor quem é você, qual é o seu lugar, como arrumar, manter e descartar. Fácil? Com certeza, não! Trabalhoso e dolorido? Muito. Mas vale e vale muito a pena. É bom se conhecer, se reconhecer, aprender a se cuidar, a se colocar em primeiro apesar de todo o trabalho. Faria tudo de novo! E é o que tenho feito.

Chegamos no 4º e último trimestre. PQP! O que que foi isso???? Parece que um caminhão me jogou pro alto, passou por cima e não satisfeito, voltou de ré. Mas com toda a rede de apoio que eu tenho, não só a especializada  mas a do dia a dia, superamos e continuamos a ir, um dia de cada vez.

Vamos lá, a faculdade deu uma pesada e eu não consegui me entregar a ela como deveria e acabei não conseguindo um resultado tão positivo como eu gostaria mas 2021 me faz recuperar isso e colocar as coisas no seu devido lugar. Perdi meu emprego mas agora já consegui não era tão desesperador, já que consegui me organizar, garantir alguns direitos e benefícios e de quebra consegui em extra, na mesma rede que tem me salvado lindamente. Ah e comecei a nadar também, que sensação boa, que trabalho mental, além de físico, obviamente. Me sinto bem na piscina, além de todos os benefícios que a atividade traz, me sinto bem melhor comigo.



Meus 36 anos chegaram. Quem diria. Não estou conforme eu idealizei na minha juventude mas e é um grande mas eu estou bem na fita. A vida se encaixando e encaminhado além de estar mais leve apesar do trabalho contínuo e diário.

E chegou dezembro, o último mês do ano, a última fase de 2020, onde realmente fui colocada a teste e apesar dos deslizes. Fui colocada em cheque, comigo, no profissional, no relacionamento familiar, no relacionamento amoroso. A surtada foi pesada e linda, pra não falar outra coisa. Mas estamos aqui, seguindo, um dia após o outro, uma respirada funda após a outra, uma nadada na piscina após a outra. 

O que eu posso dizer de 2020 é que foi um ano de aprendizados! E que aprendizados.

Aprendi que perfeição não existe, por mais que se ela seja almejada. Ela NÃO existe. Podemos ser melhores e mais leves que ontem, o que faz tudo ficar mais fácil. Que não precisamos de muito e que detalhes fazem muito a diferença. Amadurecer dói e que quando estamos desconfortáveis temos algumas opções mas precisamos arcar com as consequências das nossas escolhas. Traumas, medos e aflições podem e devem ser superados por mais difícil que seja e quando estiver muito pesado, pedir ajudar e dividir o peso ajuda e nos faz superar com mais facilidade. Diálogo é essencial e quando não se está acostumada com ele é difícil começar a tê-lo mas a cada diálogo novo mais fácil incorporá-lo ao dia a dia é.  Que família é essencial tanto quanto dizer NÃO e os dois fazem um bem danado. E família não é só de sangue, família é onde tem amor. Aprendi também que 24/12, véspera de natal, pode ser celebrada com um misto quente e um siso arrancado de emergência e mesmo assim é muito bom.

Então 2020, o que posso dizer de você, é que você não foi fácil mas foi fundamental. E o que posso dizer pra você é muito obrigada por tantas lições e permissões.


Que venha 2021!


Para aqueles que chegaram até aqui, o meu muito obrigada. Boas festas e um ano de 2021 melhor! E até 2021!

XOXO









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